o suicida

viu a luz no fundo do poço

o alexandre andrade

hoje apanhou-me a ler no metro.

o regresso

a lili caneças que tenho dentro de mim descobriu, por mero acaso, que postar é o contrário de estar vivo.

activismo

é por dias como hoje que luto activamente pelo aquecimento global.

a inocência e o pecado

um rapaz pediu-me sugestões para oferecer um romance à namorada, coisa que fazia pela primeira vez (a compra e, desconfio, namorar). depois, sorrindo, comentou: o que é que está a vender mais? o que vende é bom.
acabou por levar o novo da margarida rebelo pinto.

kafka está na moda

hoje na fnac pediram a cabana, do kafka, e o mein kafka, do hitler.

só para contrariar nietzsche

deus (é um astronauta) não está morto.

o poder dos media

depois de me ter vindo cá avisar para não arrastar móveis durante a noite, de certeza que a vizinha de baixo julga que esta história de terramoto é só uma mentira que eu inventei para mais uma noite de mudanças.

a aparências enganam

ela tinha o indicador esticado e encostado aos lábios. mandava-me calar. eu obedeci, sou educado. ela continuou com ele esticado. afinal era só uma cãibra e uma comichão.

mais uma prova da minha versatilidade (ainda os contos)

no que já escrevi, o velho é claramente louco. no que estou a escrever, é provável que o velho esteja a enlouquecer.

literato mas nem tanto

amanhã quando acordar já terá sido anunciado o nobel da literatura.

não há tema que eu não domine

depois de ter escrito um conto sobre a morte protagonizado por um velho de 83 anos, estou a escrever um conto sobre a morte protagonizado por um velho de 72 anos.

a cristina ferreira vai de férias

vou poder dormir um pouco mais.

mood indigo

he was kind of blue because of a love supreme.

decidiu ser guionista #2

- estou a escrever um roteiro de cinema.
- boa! e que salas é que me recomendas que visite?

decidiu ser guionista #1

- estou a escrever um argumento para cinema.
- ah sim? mas é a favor ou contra o cinema?

o mito cresce na faculdade #2

na mesma aula, estava escrito na minha mesa (e não fui eu):
gonçalo
poeta
the
best

o mito cresce na faculdade #1

hoje o professor, de nome luís, disse qualquer coisa como "na primária tinha de me sentar ao pé de outros luíses, por causa da ordem alfabética. mas eu não queria ser amigo dos luíses. não gostava deles. gostava era dos gonçalos e assim."

o optimista desmedido

já esperava o ovo no cu do galo.

há dois tipos de beleza

a de exuberante descrição.
e a de recatada discrição.

havia um classicista

cujo prato favorito era arroz de pathos.

quando ia apagar a minha conta no facebook

aquilo disse-me que o francisco louçã vai sentir a minha falta.
confesso que hesitei.

um bufo

acusou a pressão

o ingénuo

continuava a avançar, uma perna depois da outra, sem se dar conta de que às vezes dar um passo não se faz com as pernas.

mensagem de josé sócrates ao país

problemas domésticos

a tampa da garrafa de polpa de tomate não fez "pop!" quando a abri

o incauto

foi caminhar pela praia, depois do arroz de frango do almoço, para ver se apanhava conchas. enganou-se e apanhou cancro.

um problema de legendagem

o homem do bussaco é uma espécie de paulo bento, mas com melhor dicção.

passei ao lado de uma grande carreira

há qualquer coisa de infantilmente rebelde na atitude de um jogador de futebol que entra em campo: assim que o árbitro deixa de olhar, tira a camisola para fora dos calções. eu fazia o mesmo assim que a minha mãe me virava as costas depois de me deixar na escola.

se fosse hoje, al berto teria escrito

desconfio que se disser vento em voz alta, o vento entra pela janela.

causa e efeito

ele deu com a boca no trombone.
eles descobriram.
deram-lhe com o trombone na boca.

verdade ou consequência?

ele escolheu verdade: disse que já a tinha traído.
ela escolheu-lhe a consequência.

o escritor antónio lobo antunes dirigirá a edição do 19º aniversário do jornal público

declarações do escritor ao deus é um astronauta: não sou eu quem dirige, é a mão. a mão dirige sozinha. quando estou a dirigir, parece que estão a ditar-me e a mão a reproduzir.

vida secreta

o ricardo, da trama, quando sai da livraria vai trabalhar, sem que ninguém o saiba, num call-center da tmn. só isso explica que ao meu "até amanhã" responda sempre com um "até já".

diz-me o facebook:

ninguém está disponível para conversar.
eu penso: diz-me algo que eu não saiba.

falta de presença

já sabia que passo despercebido, mas agora acho que estou mesmo a desaparecer. é incrível o tempo que tenho de ficar diante de uma porta automática até ela se abrir.

mas repara, francisca

a probabilidade de aqueles miúdos lerem este blogue é nula. aquilo foi só uma tentativa, redondamente falhada, de me meter contigo de forma simpática.

sou contra o aborto

quando um blogue me pede para nascer, não sou capaz de dizer que não.

mais um tema polémico

às vezes há tanta coisa a distrair-me que acho que só conseguia dedicar-me ao trabalho num campo de concentração.

sou a favor da eutanásia

quando um blogue me pede para morrer, não sou capaz de dizer que não.

sugestão aos miúdos da rua de são filipe nery (perdoa-me francisca)

em vez da loja dos chineses, experimentem largar as bombinhas na florista. a combinação de odores é capaz de resultar em algo giro.

pedro mexia

reconhecer valor a alguém com uma ideologia política no extremo oposto da minha custa tanto como dizer que o lucho gonzález é o melhor jogador em portugal.

direito de resposta

se ela tivesse sentido de humor, citava alexandre o'neill e dizia-me: vá de metro.

uma encomenda? um aviso?

a minha mãe telefonou à minha irmã:
o pestana quer 'ma tarte.

estou a escrever um ensaio sobre música

já tem título: o rock em bach.

a origem do natal

a minha sobrinha acaba de comentar a foto do darwin na capa da ler:
olha o pai natal

a livreira

eu a tentar mostrar o meu lado bom e ela a fazer de mim o homem sem qualidades.

tenho um fungo velho no pé

é o fungo gagá

privacidade, aqui não

urinar com a gata do emanuel a olhar para mim, já foi bastante estranho. mas ver o sporting - porto com a gata a passar, constantemente, sobre os meus genitais, conseguiu superar o incidente anterior.

previsões para o futuro de sofia

tenho a certeza: hás-de viver em s. bento e ser sepultada nos jerónimos.

diálogo com o meu sobrinho ou como uma pessoa de 7 anos é muito mais responsável do que eu

ele (olhando para o computador): já acabaste o trabalho?
eu: não.
ele: então porque é que não 'tás a trabalhar?

uma piada para os leitores de poesia portuguesa contemporânea

quando tomo banho restos de sabão azul e branco ardem nos meus olhos

havia uma rapariga tão esotérica

que só usava cuecas de fio transcendental.

estudar a poesia de rui knopfli

estou a ficar demasiado híbrido para conseguir terminar isto.

estão a precisar de ir à tropa para se tornarem nuns homenzinhos

na minha faculdade alguém, decerto muito crescido, lembrou-se de atirar papel molhado ao tecto da casa de banho.

o meu estado actual (uma private joke para todos aqueles que têm o meu contacto de msn)

je m'appelle bond.
le moribond.

ainda a entrevista do mário crespo

é possível que o mário crespo associe o encarnado do cenário ao benfica e ache que a entrevista tenha de ser também um acto falhado

observação pertinente acerca da entrevista de mário crespo ao senhor ministro da presidência pedro silva pereira

mário crespo anda a ver demasiadas entrevistas do bruno aleixo

se ronaldo não tivesse sido votado como melhor do mundo

o seu discurso seria: things have become a little messi around here.

o problema deste blogue

é ter já demasiadas pessoas a lê-lo. já penso sempre duas vezes antes de cá fazer um post.

mudanças

vinte e cinco caixas. mais de metade de livros, música, filmes, jornais. a cultura pesa e é volumosa. duas peças de mobiliário, uma televisão, dois computadores (um morto), um desumidificador, um aquecedor, panelas, tachos, frigideiras, copos, pratos, roupa. algumas memórias. uma gata.

uma pergunta

alguém sabe qual a forma menos dolorosa de deixarmos de ser quem somos?

só para marcar presença

olá

uma infeliz escolha de palavras

quando apanhou a mulher na cama com o amante foi buscar a caçadeira e entrou no quarto gritando:

vou enfiar-vos um tiro nos cornos!

e por falar nisso

havia um aluno que tinha tantas cadeiras sobrepostas que às tantas lhe caíram todas em cima.

isto teria funcionado melhor no início do ano lectivo

as pessoas que fazem os horários da faculdade de letras devem julgar que os estão a fazer para hogwarts. infelizmente, nem os alunos, nem os professores que têm cadeiras sobrepostas possuem vira-tempos como o da hermione.