revelação

na passagem de ano ela reveillon que já lhe tinha sido infiel.

fazia-me mesmo falta

o sorriso da minha irmã, ao abrir as prendas, é a confirmação de que o natal vale a pena. digo isto com um calor enorme junto ao peito.

faziam-me mesmo falta

as pantufas e o pijama que estão ali no saco são a confirmação de que o natal ainda é o que era. e digo isto sem qualquer tipo de ironia.

um próspero post

como se sentirá a palavra "próspero"? passa um ano inteiro sem que ninguém se lembre dela e chega a esta altura e todos a usam, apesar de 90% da população não fazer ideia do seu significado e 40% a pronunciar como se fosse grave e não esdrúxula.

contributos

nove meses após a última ida a um cabeleireiro, cortei o cabelo e, duas semanas após a última visita das gilletes à minha cara, (des)fiz a barba. o primeiro-ministro já me telefonou a agradecer o contributo que dei à manutenção dos empregos de cerca de uma dezena de pessoas. parece que suprimi a necessidade de matéria-prima de uma pequena fabrica de tranças para cabeleireiros africanos durante, pelo menos, os próximos seis meses.

no intervalo de duas fatias douradas deliciosas

desejo a todos um natal e uma passagem de ano.
ps: não gosto de adjectivos.

mais vale prevenir

no inverno, por precaução, não falo com ninguém no msn. faz muito frio com as janelas abertas.

aviso aos leitores deste blog

neste blog não há posts de muito alta tensão, escusam de se queixar da REN.

eu no mundo #2

se continuar a comer três hambúrgueres por dia como fiz hoje, é provável que em breve deixe de escrever estes posts.

eu no mundo

se a sobrevivência dependesse de tarefas feitas com a ajuda de um espelho, como cortar um pêlo do nariz ou usar o fio dental, eu não estava a escrever este post.

fim de um dia

acabei agora um trabalho. cumpri prazos e dediquei-me. resta acreditar que isso dará bons resultados. vou-me deitar num ambiente mais quente, o aquecedor, que comprei hoje, funciona e é eficaz. a base do portátil também aquece e, por isso, vou-me deitar com uma queimadura (mesmo!) na perna. sacrifícios.
boa noite

adenda

a este post. sem fazer muitas piadas que a coisa lá para o porto está complicada: "os macacos também sabem somar"

experimentalismos

vou aderir ao experimentalismo literário. a partir de hoje, vou escrever sempre a letra "o" de pernas para o ar.

concordar ou não concordar

a sociedade portuguesa divide-se em dois grupos: as pessoas que dizem os gato fedorento e as pessoas que dizem os gatos fedorentos.

o visionário

um dia viu um frango assado morto.

em jeito de homenagem a henry miller

alguém já se lembrava de escrever dois romances com os seguintes títulos:
Psicotrópico de Câncer e Psicotrópico de Capricórnico.

evolução

no passado foi a colonização. o futuro será a clonização.

este é o momento do dia, não sei muito bem porquê, mas é

diz uma loira a josé castelo branco em directo na televisão:
«não eras capaz de fazer um filho nem a mim nem a ninguém. no passado podes ter conseguido, agora não!»
foi mais um belo momento de televisão.

as dúvidas existenciais do carteiro com excesso de zelo

«selo ou não sê-lo, eis a questão!»

afinal o líder dos super dragões, fernando madureira - também conhecido por "macaco" - tem algo que invejamos:

um estudo da revista americana "current biology" revela que "jovens chimpazés têm melhor memória que humanos adultos".

mente perversa

a minha esposa está a ver uma série televisiva e eu, na minha espécie de escritório, apenas oiço o inglês debitado pelas personagens. destaco a seguinte frase, dita por uma personagem masculina a feminina:
- use your finger!

apesar de não saber o contexto, imaginei coisas.

eu escrevi isto mas acho piroso e, por isso, partilho com todos vós

hoje já não te recorto mas recordo-te em cada cabeçada que dou na porta da vida que é sempre demasiado baixa para mim.

ando a escavar a minha infância e isso deixa-me a melancolia suja.

relativamente ao post anterior

o tunas é um bom petisco e nas tunas há bons petiscos com belas pandeirentas.

o tunas é um bom petisco

a marca "bom petisco" agora oferece uns livrinhos infantis quando compramos um pack de latas de atum. a personagem principal dos livros é a mascote tunas - um atum. o tunas é o herói. o tunas é um atum! será que só eu é que acho que os miúdos não vão querer comer o tunas?

de novo a justiça

o mesmo tipo atraente, esbelto e bem torneado, era também um sujeito moderno, na moda. por isso, depois de ter sido considerado culpado, resolveu pedir um recurso estilístico.

trinta e uns

o blog 31 da Armada decidiu alterar o nome das ruas de Lisboa. essa iniciativa inspirou-nos e, por isso, tentámos - eu e o Gonçalo - ir mais além, alterando o nome das lontras do oceanário.
Amália – Nelly Furtado porque, segundo a wikipedia, "a lontra é capaz de assobiar, chiar e guinchar." e a Nelly também.
Eusébio – Chalana, o bigode não deixa margem para dúvidas.
Maré – Maré Negra, porque não somos racistas e chamamos as coisas pelos nomes.

o natal #1

a recordação que tenho do natal da minha infância é uma espécie cobóiada (é assim em português?). lembro-me de um natal em que recebi um arco e uma flecha, qual índio dos grandes westerns americanos. noutro saqueei, semanas antes do natal, o esconderijo das prendas e, com um palito na boca, olhei de esguelha a minha família e senti-me um cobói sem escrúpulos.

a justiça a funcionar

havia um tipo tão atraente, esbelto e bem torneado, que quando suspeitaram do seu envolvimento num crime ele foi considerado um arguido bem constituído.

sobre a faculdade de letras

na faculdade de letras existe uma coisa chamada: semanas de estudo sem aulas. esta semana é uma dessas. e é incrível como me esqueço sempre da parte que diz "de estudo".

a cozinha e eu

ultimamente tenho andado afastado deste blog. o motivo é simples: agora sou um cozinheiro de mão cheia e, para evitar que este blog se torne num depósito de receitas maravilhosas, prefiro manter-me longe.
querem provar "peitos de frango à emanuel"? delicioso...

amor contra taxistas

segundo o telejornal da rtp 1, o facto de ter sido a própria mulher a assassinar o taxista que foi encontrado morto no parque das nações faz com que este, afinal, não seja um caso de violência contra taxistas. claro, foi a mulher. isto é amor.

as moscas

quando me mudei para a damaia nunca pensei que a fauna ou a flora fosse radicalmente diferente da que estava habituado em setúbal. e de facto não é, à excepção das moscas, que se assemelham a hipopótamos voadores, tal não é o seu tamanho. também são mais inteligentes, descobrem a janela aberta rapidamente ao invés de darem cabeçadas nos vidros, como acontecia com as mosquinhas de setúbal.

o homem precavido

tinha tantas coisas para fazer em tão poucas horas que resolveu ficar a fazer tempo.

segregação cultural

desde os 18 anos que posso ver filmes com bolinha. mas na biblioteca continuam a proibir-me de trazer livros com bolinha.

título

era uma vez um apetite que tinha a mania de se armar em bom.

jornalismo de investigação: o verdadeiro nome da cantora só agora é revelado por vergonha da própria

Cilindro Dion

futebol e a justiça

era uma vez um jogador de futebol que levou a bola a embater na barra do tribunal.

de volta aos dias

hoje fui ver um concerto de Mind da Gap, mítica banda de hip-hop português, e, de repente, veio-me à memória o tempo em que tirava fotos com o Gonçalo em tronco nu e com os dedos com artrose. não foram tempos bonitos nem a recordação foi agradável.

a foice e o martelo (parte II)*

ele era um comunista tão fervoroso que nunca teve relações sexuais. não aceitava o facto de o seu pénis pender para a direita.


*post inspirado por uma história de coimbra de matos

a foice e o martelo (parte I)

a dora era uma comunista fervorosa. tanto que o seu nickname era doravante.

mais um post desportivo

que a vanessa fernandes é uma grande atleta ninguém duvida, mas gostava de vê-la a cortar a metafísica em primeiro lugar. ela fá-lo mas com um espaço entre a meta e a física.

um dos três érres

diz o comentador da rtp no relato do jogo fcp - marselha:
"e o marselha tenta aproveitar a embalagem do golo"
fiquei feliz por saber que também no futebol se pratica a reciclagem.

citando machado de assis*

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*do capítulo CXXXIX de memórias póstumas de brás cubas

a fernando pessoa

ai que prazer
não cumprir um dever.
ter um post para escrever
e não o fazer!

panificação

o que diz uma fatia de pão de forma a outra quando se chateiam (acontece frequentemente, nomeadamente nas tostas)?
- vai para côdea da tua mãe!

boa noite

diz que ficar acordado até tarde dá sono. até amanhã

literatura e futebol (parte III)

os tradutores têm menos sorte que os árbitros: quando um árbitro faz merda, há sempre alguém que sai beneficiado.

literatura e futebol (parte II)

os tradutores são como os árbitros: quando fazem merda, aparecem sempre uns quantos palhaços a desculpá-los.

literatura e futebol (parte I)

os tradutores são como os árbitros: quanto menos se dá por eles, melhor.

quando se perde o sentido da expressão pela sua banalização

estou a escutar a antena 3 e acabo de ouvir dizer, por um senhor com voz respeitável (Pedro Costa), que o Bob Marley é, e passo a citar, «uma lenda viva da música».
não, não é. é apenas uma lenda, sem estar viva desde de 1981.

uma questão de som

com a quantidade de irmãs que tenho (4) vou ter, no futuro, um punhado de cunhados.

dois em um

hoje fiz o teste definitivo aos phones que comprei a semana passada: o corpo sofria com o relento imposto pelo motorista da carris mas as orelhas estavam quentes e a música nem era grande coisa.

ontem como hoje

«navegar é preciso; viver não é preciso.»

frase de um general romano aos seus marinheiros, em meados do século I a. C.

coisas que só a mim acontecem

saio da faculdade e vou a caminho do metro. a meio do caminho vejo uma senhora de trinta e poucos anos, jeitosa, bem vestida, que caminha na minha direcção, vasculhando a sua mala com um ar intrigado, como se algo não estivesse bem. eu continuo a andar. ela anda devagar. até que pára mesmo e concentra-se na tarefa de descobrir que raio se passa ali dentro. e no preciso momento em que vou a passar por ela, a senhora fica com um sorriso no rosto, olha para mim e desabafa bem disposta: ah! era o vibrador.

e eu segui para o metro.

uma questão dos sentidos

descobri que tenho olho para a música quando deveria ter ouvido.

eu pesquiso e tu?

numa nova pesquisa em bibliotecas poeirentas descobri que Fernando Pessoa tinha aspirações políticas. consta que queria ser primeiro-ministro e até se conhece aquela que seria a sua primeira medida, se tivesse conseguido o seu objectivo: a alteração do nome do Mosteiro dos Jerónimos para Mosteiro dos Heterónimos.

ainda as compras

ao arrumar as ditas compras reparei que a minha namorada tem uma relação especial com a cuétara. deverei preocupar-me?

moro no rés-do-chão do pensamento e no quarto andar de um prédio na damaia

hoje, ao olhar para os senhores do continente a arcar com os sacos das compras que eu e a minha namorada realizámos ontem, dei graças ao santo padroeiro dos grandes grupos económicos por ter inventado o sistema de entregas ao domicílio.

as escolhas de deus

eu nunca gostei muito de deus e cada vez gosto menos. já repararam que ele gosta de homens (a frase podia acabar aqui, mas continua) musculados e com dinheiro? se não, é ver a quantidade de futebolistas que garantem que deus os ama.

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por vezes gostava de saber que sou um autocarro e que certas dores são apenas passageiras.

"piada" que dá nome a uma loja de gelados no centro comercial colombo e que podia ter sido feita por mim ou pelo Gonçalo

i scream for ice-cream

esquecimento

ontem construí uma brilhante piada para colocar neste singelo blog. hoje acordei e já me tinha esquecido. uma perda de contornos épicos para a humanidade. (pelo menos gosto de acreditar que é isso que acontece quando me esqueço de uma piada)

cientologia

a (pa)ciência tem limites.

sobre medicamentos

eu não percebo a desconfiança em relação aos genéricos. eu sempre gostei muito de genéricos. o meu preferido continua a ser o da rua sésamo:

vem brincar
traz um amigo teu
e ao chegar
tu vais poder também
ensinar como se vai
até à rua sésamo

justificação de falta

por aqui a parvoíce anda por níveis assustadoramente habituais o acesso à internet é que não.

sobre a parvoíce

ultimamente tenho-me sentido menos parvo. por isso é que o blogue não tem sido actualizado.

sobre lápis

porque é que nunca sei quando parar e afio sempre até partir o bico?

a solidão do poeta

acho que o senhor luís vaz de camões se deve andar a sentir muito sozinho no seu túmulo. há tanto tempo que não ouço ninguém dizer: vai chatear o camões.

a revelação

amanhã, às 22h no santiago alquimista: god is an astronaut.

o que para alguns era um mistério, deixou de o ser. o nome deste blogue é, apenas e só, a tradução do nome dessa banda.

e eu vou!

a conspiração desmascarada

depois de muito reflectir, cheguei a uma brilhante conclusão a que podem facilmente chegar seguindo o meu raciocínio.

querem fazer-nos engolir o formato de imagem 16:9 como sendo o melhor, que permite mostrar mais imagem, etc. mas já repararam que aquilo é muito largo e tem pouca altura? quem é que tem os olhos assim, muito largos e pouco abertos? exactamente. e quem é que inventou o formato 16:9? exactamente.

este post é fruto de horas de pesquisa em bibliotecas poeirentas

era uma vez um vendedor de fruta sem escrúpulos. este vendedor tinha, no seu armazém, uma caixa de maçãs podres que decidiu vender a um estrangeiro, pensado que ele, devido à modernidade do seu país de origem, não saberia verificar a podridão daquela fruta. no entanto, o estrangeiro assim que viu as maçãs disse:
- maçã má... maçã má...
e assim nasceu a povoação de Massamá.

o espanto

tenho acompanhado o percurso da selecção nacional nos últimos anos e espanta-me como é que nunca jogámos contra as selecções do reader's digest.

do dia para a noite

há uns dias, assim de repente, deu-se uma mudança em mim que ainda não consegui explicar. costumava achar a minha barba ridícula engraçada. tinha-lhe um certo carinho. acontece que perdi o adjectivo "engraçada" e já só a acho ridícula. de maneira que já não a deixo crescer mais de dois ou três dias (antes chegava, sem dificuldade, às duas semanas). portanto, vou ali fazer a barba, já volto.

(volto para estudar e não para postar, como é óbvio!)

adenda ao post anterior

e como podem ver, estou a estudar. não estou na internet, a fazer posts em blogs e coisas do género. nada disso. a estudar! isso sim.

isto sou eu a ser o aluno aplicado que prometi ser

hoje tinha decidido aproveitar as duas horas no comboio (uma para lá outra para cá) para estudar para o teste que tenho amanhã. sentei-me no banco e pensei: era tão bom se pudesse ir a ouvir o novo álbum dos radiohead pela trigésima vez (número fictício) em vez de estudar. e então pus os headphones nos ouvidos.

na escola descobri que não tinha aula. a única que ia ter. então regressei. sentado no comboio pensei: bom, como não houve aula vou ter muito tempo para estudar quando chegar a casa. então pus os headphones nos ouvidos.

kafkiano

perguntei na fnac se podiam mandar vir de espanha uns livros que preciso. disseram que sim, mas demora um mês e meio a chegar. compreende-se, espanha ainda é longe...

toma lá que já almoçaste(s)

quem faz pouco de nós nas nossas costas é realmente parvo. mais parvo que eu e o Gonçalo juntos!!!!

são coisas

porque é que em todas as secretarias de escola existe uma senhora com um ar másculo e mamas salientes?
e também existe sempre uma mulher já adulta e mãe de família, jeitosa e com o cabelo repleto de laca para dar sensação de um cabelo molhado.
será que são quotas que se tem de cumprir.
por cada empregada absolutamente banal tem de existir uma matrafona e uma senhora com o cabelo sempre molhado (ou que provoque essa sensação com recurso a sprays nocivos à camada do ozono).

a voz da felicidade

a actriz maria henrique interpreta, na novela da tvi "deixa-me amar", uma personagem chamada felicidade.

é caso para dizer que nunca a felicidade me soou tão mal.

não foi desta

hoje pareceu-me ver s. e o coração ia-me saltando pela boca. ainda bem que não era ela, se não a esta hora ainda estava a tentar engoli-lo de novo.

pequena dúvida

inscrevi-me num workshop de escrita criativa. espero que o professor tenha um critério abrangente quanto ao que significa criatividade. parvoíce pode ser criatividade, certo?

a felicidade aqui tão perto

sempre que, durante uma viagem no metro, há um troço feito a descoberto (isto é, em que se vê a luz do dia), lembro-me sempre da cena do matrix revolutions em que eles voam acima das nuvens e vêem o sol.

e sinto-me estupidamente feliz.

o meu pai?

parece que o meu pai hoje esteve quase a andar à bulha (pronto, porrada)! um indivíduo estava aos encontrões à porta do prédio e o meu pai foi ver o que se passava e deve ter dito algo ao sujeito. este exaltou-se e disse ao meu pai que lhe dava um pontapé na boca (campeão!)! entretanto apareceu a minha mãe e puxou o meu pai para casa, para evitar males maiores...

estou em estado de estupefacção. o meu pai não é assim...

e estou com aquele sentimento tão bonito que é a pena de não ter estado lá para ver.

ainda a sobrancelha

diz que na cara do antigo árbitro de futebol Pierluigi Collina não se vislumbrava nem uma centelha de sobrancelha.

o que era para ser uma piada sobre o meu talento mímico passou a ser uma parvoíce pegada

sinto que me poderia tornar um novo Marcel Marceau se a população mundial fosse composta por raparigas até aos dezasseis anos inclusive. já que o simples franzir de sobrancelha (e como é sensual o meu franzir (e a palavra sobracelha, também (e os parêntesis dentro dos parêntesis (e as pessoas que vão verificar se fechei os parêntesis todos)))) é capaz de levar à histeria esse grupo etário do sexo oposto ao meu.

em cima do acontecimento

na rtp está a ser entrevistado, neste exacto momento, um inspector da polícia judiciária. ele que me perdoe mas não consigo respeitar um polícia que se refere à morte nestes termos: "não está no mundo dos vivos".

curiosidade

hoje fiquei a saber que em França os números de telemóvel começam por 6, enquanto em Portugal começam por 9. é caso para dizer que em Portugal se faz tudo ao contrário...

resposta ao post anterior

não é que tenhas mais realismo que eu. o que se passa é que o meu realismo é mágico.

nas bancas

tenho menos auto-estima (ou mais realismo) que o Gonçalo e por isso revi-me na capa do Jornal de Letras desta semana. A chamada de capa diz:
A ARTE DO FEIO
Eu sabia que nós (os feios) a fazíamos...

a comicidade, o sarcamo, a felicidade

há uma senhora de 60 anos na minha turma de espanhol que hoje, na aula, fez imensas piadas e perguntas parvas à professora, virando-se depois para trás (onde estava eu) de sorriso no rosto, em busca de aprovação à sua intervenção plena de comicidade.

eu, como só sei usar o sarcasmo em frente do computador, dava-lhe o sorriso parvo que ela pretendia. e assim a fiz feliz, pobre senhora irritante.

brincadeira com a língua

a miúda era gira o que quer dizer que, se o Gonçalo a visse, em vez de reparar nos óculos, imaginaria como seria dar-lhe um ósculo.

(reparem como o título do post tem um inteligente duplo sentido)

óculos

entra no autocarro uma miúda com uns óculos de sol gigantes. levanta os óculos, agarra no telemóvel e faz uma chamada. diz a dada altura:
- andei meia-hora à procura da sala e quando lá chego o professor não estava lá e os meus colegas não sabiam de nada. esperámos uma hora e nada... ninguém avisou...

penso para mim:
- isso não se faz...

terminada a conversa telefónica coloca os óculos nos olhos e começa a ler o livro do código da estrada. olho e penso exactamente o mesmo:
- isso não se faz...

dúvida

porque é que sempre que alguém toca para o autocarro parar e não cumpre o seu dever (sair) eu fico com um sentimento de culpa e com a certeza que o motorista desconfia que fui eu?

o altruísta

era tão empenhado no progresso, que todas as noites frequentava cinco ou seis prostitutas, só para contribuir para o aumento da taxa de licenciados no país.

esteve quase

estive quase para fazer um post sobre desarranjos intestinais, mas depois achei que há certas coisas da nossa privacidade que não devemos partilhar com o mundo.

faz sentido

o céu que se vê da minha janela tem uma antena de telemóvel. o que quer dizer que alguém que foi para o céu pode cair à vontade porque tem rede.

a m.

obrigado por me teres levado à terra do nunca.

a cozinha

leio numa receita: uma mão de sal e penso que é por isso que sou um cozinheiro de mão cheia. pena foi que, neste caso, tenha sido de nada. uma mão cheia de nada e a comida insossa.

uma questão de prioridades

se eu dedicasse mais tempo ao trabalho que tenho de acabar ainda hoje e menos a escrever posts inúteis, se calhar fazia melhor figura.

adenda ao post anterior

bem diz o povo que não há fome que não dê em fartura.

por uma boa causa

recebi o seguinte mail:

centenas de estudantes universitários vão deitar-se juntos no próximo dia 17 de outubro, às 12 horas, na alameda da universidade, cidade universitária em lisboa. uma cama gigante será o palco da nova edição do desperta contra a pobreza.

se calhar aproveito.

contra o desempregro

quando é que blogger vai ser profissão?

a luigi pirandello

hoje descobri que o meu nariz pende ligeiramente para a direita e compreendi vitangelo moscarda.

o náufrago

estou afogado em trabalho.

a machado de assis

ou muito me engano, ou acabo de escrever um post inútil.

leiam este post e vibrem como fizeram no euro 2004 quando o ricardo tirou as luvas, porque este post também foi escrito na mesma condição (sem luvas)

viajo todos os dias num autocarro que tem, no destino, a seguinte informação: via buraca. pensei em fazer um trocadilho com essa informação e instruções em caixas de tampões. depois achei que seria estúpido e de mau gosto e deixei estar.

piada que envolve um homossexual ou como deitar por água abaixo todas as hipóteses que este blogue ainda tinha de vir a ser importante

na fnac apinhada de gente para ver o concerto do david fonseca, um homossexual que se chegou perigosamente a mim, exclamou a páginas tantas, naquela voz que só os homossexuais sabem fazer: ai! cheira a homem!

e eu pensei: não deve ser de ti.

(ps: agora que fiz uma piada sobre homossexuais publicamente, sou homofóbico?)

auto retrato em palavras

consigo ser inteligente, interessante, culto e parvo em quantidades exactamente iguais. isto é, tenho tanto de parvo como das outras coisas todas juntas.

disponível para amar

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ainda a minha modéstia

ouvi dizer que as pessoas interessantes não tinham hi5. eu sou a prova de que isso é falso.

(sim, só fiz este post na esperança de alguma menina interessante e jeitosa ir espreitar o meu hi5 e achar-me extremamente interessante.)

televisão

a televisão aliena as pessoas, estupidifica-as. prova disso é a piada que fiz hoje enquanto passeava com a minha irmã na parada de aniversário da Sic:

como se chamaria uma cadeia televisão feita em parceria por portugal e cabo-verde?
televisão porcabo.

e é deste tipo de coisas que se pensam enquanto se está a dois metros da floribella.

equívocos

participei num passatempo para ganhar um bilhete para o concerto de amiina, no santiago alquimista. tínhamos de responder à pergunta: onde é que levavas as amiina a jantar? eu respondi: levava-as a jantar amiina casa.

devo ter-me enganado no número de telemóvel que lhes dei, porque o concerto já deve ter acabado e ainda não me telefonaram a dizer que ganhei.

cliché

há uma sede desmedida pela originalidade. tudo tem de ser original.

pessoalmente, agradava-me imenso se caminhássemos para um lugar comum.

eu também adendo, Gonçalo

ainda assim resmunguei por hoje não ter jogado o benfica. faltou o comentário futebolístico.

confirmação.

a imagem do taxista lisboeta (assim prá frentex) nunca foi, para mim, mais que isso - uma imagem. e por isso hoje, quando vi o taxista vir ao meu encontro a mascar pastilha de boca aberta, sacar de um boa noite também para o senhor e a coçar aquilo a que chama (aposto) salada, agradeci a deus.

o tédio

é vir aqui postar por não ter nada mais interessante para fazer.

comunicado aos leitores e futuros comentadores

o nosso leitor ente lectual, num post mais abaixo, diz-nos:
um gajo sente-se mal se comentar aqui sem uma piadola

queria informar, em meu nome e do Gonçalo, que não é obrigatório que escrevam piadas nos comentários. é até aconselhável que não se dêem a esse trabalho, por uma questão de equilíbrio - nós dizemos as piadas geniais e vocês as coisas banais. espero que compreendam.
obrigado.

ps: já que o ente lectual ajudou-nos a clarificar isto, queria elegê-lo como o nosso leitor de estimação, chamando-lhe: ente querido lectual

gente pobre em eventos sociais

depois do filme houve um cocktail. a minha amiga andreia chegou-se ao balcão e teve o seguinte diálogo:

- olhe, desculpe. quanto é a cerveja?

- nada.

- então são duas.

parecia estar a começar um lindo dia

um gajo acorda de manhã, muito bem disposto, a lembrar-se do filme enorme que viu ontem, preparado para um dia cheio de alegria.

liga a internet e lembra-se de ir espreitar os desportivos. e lê: benfica vulgarizado em casa pelo shakhtar. foda-se!

considerações

o meu método de estudo é anárquico, confuso e regido pelas leis do menor esforço. carinhosamente chamo-lhe o método nojo.

em pulgas

(aviso: este post não pretende ter piada, nem tem a ver com a minha vida amorosa. o que só por si representa uma novidade quanto à minha participação no blogue.)

só quero dizer que faltam menos de três horas para eu ver o filme mais aguardado, por mim, deste ano. e com a presença do realizador! estou em pulgas!

modéstia procura-se

diz o senhor antónio lobo antunes que só podemos escrever um livro quando tivermos a certeza de que não somos capazes de o fazer. acho que a minha vida amorosa também é assim: só vou conseguir alguma coisa quando tiver a certeza que não tenho hipóteses.

agora, como é que me vou convencer de que não sou irresistível e tremendamente sexy?

uns com tanto e outros com tão pouco

acabei de ver um gajo que devia bastante à beleza, vestindo uma t-shirt onde se podia ler: porsue charm. posso afirmar, com segurança, que ainda não o alcançou. boa sorte.

inserir título

leio num "cartaz":

praxes grátis:
das poucas coisas que ainda não se pagam no ensino superior.

penso para mim:
diz que também não se paga pelo suicídio.

inventário

um zarolho
um mongolóide
duas senhoras com obesidade mórbida.
um velho viciado na sua horta.
uma velha cusca (porque moram todas no rés-do-chão?)

é este o meu prédio.

o fado da procura

às vezes apetece-me cantar-lhe: "mas porque é que a gente não se encontra?"

um post feio e nojento

hoje numa aula de literatura brasileira, um senhor, perdão, um aluno na casa dos sessenta anos, sentado na última fila, escarrou (a situação exige a rudeza do termo) nada mais nada menos do que cinco vezes. eu não estava na última fila e tive vergonha (agora à distância, parece-me que não era eu quem tinha motivos para ter vergonha) de olhar para trás, por isso não sei para onde escarrou esse senhor, perdão, esse aluno. imaginando (estou a ser optimista) que o tal aluno escarrou para um lenço, aberto na mão, é caso para dizer que foi uma mão cheia de escarros.

considerações matemáticas de um gajo de letras

apercebi-me, com alguma mágoa e pouca surpresa, que existe uma relação de proporcionalidade inversa entre o espólio da minha biblioteca pessoal e o espólio da minha carteira.

a insustentável leveza do saber

dizem por aí que o saber não ocupa lugar. essa gente anda a mentir. eu trazia hoje na mochila duas revistas, um jornal, três livros grandes de capa dura, um romance de 500 páginas, um mini livro sobre música e um disco de vinil.

o saber não só ocupa lugar, como pesa que se farta!

vício do jogo

neste momento estou a postar.

há motivos para alarme?

hoje vi um jovem de origem africana com todas as unhas cortadas, excepto a do dedo mindinho.

isto é aculturação ou devemos começar a temer seriamente a globalização?

conselho

caro leitor,
para ler este blog dirija-se à internet,
obrigado.

preocupações de saúde

senti uma forte dor na carteira.

dúvida

o que faz, ao certo, um solicitador? solicita?

facto

quando uma pessoa está ligeiramente constipada, se calhar a melhor forma de ultrapassar isso não é apanhar uma molha das grandes.

mas os amigos servem para as ocasiões, não é Emanuel?

factos

uma televisão sem antena é inútil.
um leitor de dvds sem os ditos também o é.

o fim do verão

a melhor coisa do fim do verão é voltarem a vender-se ovos kinder.

m.

às vezes acho que m. existe. às vezes acho que m. não existe. e ainda não sei se quero que m. exista ou não. um dia disse que m. era uma rapariga surrealista. agora já não sei se sou eu o surrealista e ela é fruto apenas dos meus sonhos.

sei que m. é diferente de toda a gente. é especial e não é deste mundo. e com m. não faz sentido falar de coisas banais. não sei se sei falar com m.

à noite

há noites como esta, em que não quero dormir mesmo com sono. olho as paredes brancas e apetece-me poesia. leio-a e nada me diz. às vezes escrevo-a e nada é capaz de dizer. chego agora à conclusão que não me apetece ler poesia. chego agora à conclusão que não quero escrever poesia. chego agora à conclusão que, nestas noites cheias deste mal-estar que não é insónia, apetece-me ser poesia. ainda não sei como isso se consegue. talvez um dia descubra e tudo isto perca a graça e então quererei dormir mesmo sem sono. até lá vou abusando do "e" e vou olhando as paredes.

sem título e sentido

andei horas a vasculhar livros antigos, cheios de pó, para averiguar a veracidade do que a seguir vou revelar: consta que o inventor do dito nem que chovessem canivetes não fez mais do que plagiar o dito de outra pessoa - nem que chovessem navalhas - que tinha como único problema o facto das pessoas confundirem as navalhas com o marisco homónimo. consta também que o verdadeiro inventor do dito que nos permite sublinhar o impossível de uma hipótese, morreu com cirrose devido a inúmeras bebedeiras. essas bebedeiras mais não eram que a tentativa de matar a frustração de ver outro com louros que, por direito, deviam ser seus.

sentido de orientação (parte 2)

o cúmulo do embaraço, para quem como eu não tem sentido de orientação, é estar no bairro alto a olhar para os nomes das ruas e aparecerem dois estrangeiros a perguntar, em inglês, se preciso de ajuda.

sentido de orientação (parte 1)

gostava de perceber porque é que sempre que estou em lisboa, numa zona onde o meu sentido de orientação simplesmente não existe, vêm duas ou três pessoas perguntar como é que se vai para aquele sítio.

às vezes até parece que tenho sex-appeal

há dias em que todas as miúdas olham para mim e sorriem, deixando-me a pensar que possuo um sex-appeal fora do normal.

depois olho para a t-shirt e lembro-me: ah! tenho esta t-shirt vestida. e vai-se a ilusão.

(é uma t-shirt preta com a palavra "fuck" repetida diversas vezes.)

caridade

hoje no autocarro uma miúda bem bonita jogou os seus cabelos de encontro ao meu ombro. por caridade, senti que não merecia tal gesto um tanto ou quanto sensual, afinal há quem necessite mais do que eu, não é Gonçalo?

a metafísica pela manhã

durante vinte anos odiei Setúbal. a sua pobreza cultural fazia-me azia e ainda não sabia apreciar o azul, o do mar e o do céu. há dois anos, sem saber bem como, comecei a amar Setúbal. comecei apreciar o rio e a vista que tinha de minha casa. a cidade ali em baixo, mesmo pobre, dava-me um conforto inexplicável. agora que vivo nos subúrbios de Lisboa percebo melhor a vidinha triste desta gente (a que agora pertenço). espreito pela janela e vejo prédios. ando pela rua e vejo prédios. meto-me no autocarro, passeio trinta minutos e vejo prédios. não há uma nesga de Sado a espreitar-me. não há um pedaço de Arrábida a sorrir para mim. isso explica a falta de horizontes das pessoas. só vêem prédios. foda-se.

ao cuidado das minhas irmãs

sinto saudades do vosso ruído. ligo a música para vos substituir mas não mata a saudade. mesmo quando olho as colunas e resmungo: vocês são pior có deus me livre!

sobrancelha com homem pequeno e rezingão

no autocarro um senhor com umas sobrancelhas muito grossas e farfalhudas (o dobro das do Martin Scorsese) praguejava contra os funcionários públicos e deu vivas ao Salazar. quis acreditar que eram as sobrancelhas que não o deixavam ver a realidade.

dúvidas de uma mãe desactualizada

a minha mãe perguntou-me: de que é que falam duas pessoas que se namoraram?

eu respondi: o mesmo que duas pessoas que não se namoraram.

será bom ou mau?

estava eu a ouvir o primeiro disco do grande chico buarque de hollanda, de 1966, quando entra o meu pai no quarto e me pergunta o que estou a ouvir. depois de lhe ter dito, disse-me ele: isso estava na moda era quando eu tinha nove anos.

será que me acha um gajo culto com bom gosto musical ou um extra-terrestre?

post número sessenta e nove

o sessenta e nove é um número sobrevalorizado.

dois versos de amor pela minha veia romantico-depressiva adolescente ou como fazer um post de merda com um fundo de verdade

quando vejo s.
todo o meu corpo estremece

pragmatismo

é um cego que vai à papelaria comprar a visão.

ainda as arrumações

peço desculpa por insistir neste tema, mas não consigo conter a frustração. um gajo tem os livros já todos arrumados, existe uma ordem estabelecida mais ou menos lógica e não existe mais espaço nas prateleiras. e de repente encontramos um saco onde estão dois livrinhos minúsculos. ridículos de tão minúsculos. estão a gozar comigo! só pode! ao menos que fossem dois calhamaços. mas não, dois livros pequeníssimos e eu sem espaço para eles. merda.

modéstia

queria agradecer a todos os jogadores de futebol que hoje enviaram as bolas ao poste. modéstia à parte, tenho a certeza que foram enviadas aos posts do deus é um astronauta.

seguir a corrente

às vezes acho que a vida seria mais fácil se eu gostasse mais do assobio do bob sinclar e menos do do andrew bird.

a queda de um mito

houve, em tempos, uma papelaria bué da fixe (era mesmo este o nome) aqui no meu novo bairro. não resistiu à concorrência d'a preguiça, o que se revela muito irónico.

os livros dão dores de cabeça

olhar para os livros todos arrumadinhos nas estantes, é agradável. arrumá-los todos nas estantes, tentando manter uma ordem lógica, é uma dor de cabeça.

déjà vu

hoje comprei um reles caderno azul. quero escrever nele um romance despretensioso, com algum humor e pouca história. isto seria um plano digno de ser louvado não fosse eu já ter comprado 232342 cadernos para começar 232341 romances (comprei dois cadernos para o mesmo romance).

chega

o meu colega de blog é, como diria o Luís Filipe Menezes sobre o Marques Mendes, um pequeno ditador (ou foi tirano? olha, não sei). chamou-me à atenção de uma possível conotação racista num post meu, exigindo-me que o apagasse (esta última parte é meramente ficção). agora diz-me que o meu último post tem o seu quê de sotaque brasileiro, como se isso fosse uma coisa menor e censurável. para umas coisas o racismo é feio, para outras já se aplica o xenofobismo. decida-se, senhor Gonçalo.

foge, foge

perto da minha nova casa tem uma papelaria que se chama a preguiça. isto é perseguição.

ainda as exclamações começadas por f

o segundo pensamento é: foda-se! quando é que vou ter tempo de ler isto tudo?

onde cabem duzentos livros, cabem duzentos e um

em tempos de limpeza a fundo da casa, o recheio do meu quarto foi todo temporariamente transferido para a sala.

olho para as pilhas e pilhas de livros e só consigo pensar: foda-se! como é que isto cabe tudo no meu quarto?

na senda de narciso

acontece invariavelmente quando me olho ao espelho. acho-me o gajo mais atraente, mais cool, mais sexy do mundo.

só não percebo o que se passa com o resto da humanidade, que parece passar ao lado deste facto.

interacção com os visitantes

houve um visitante que aqui chegou com a seguinte pesquisa: como combater a preguiça. mostro a solidariedade com este visitante e a ele digo:
- estamos juntos.

post com um palavrão e pensamento político

ao ver o debate entre os porta-vozes das candidaturas à liderança do psd, só um pensamento me ocorreu:
- foda-se! é a esta gente que estamos que entregues.

a origem das coisas

consta que quando o jogador deco teve o convite para vir a Portugal treinar à experiência no SLB, o seu empresário lhe disse:
- Deco, pró teste!
frase que mais tarde deu nome a uma revista da associação de defesa dos consumidores.

considerações matemáticas de um gajo de letras

se um é singular (um homem) e zero é plural (zero homens), logo: zero é maior que um.

balanço do primeiro dia de aulas

ora bem. cheguei uma hora mais tarde à faculdade, pelo que perdi a primeira aula. esperei cinco horas pela segunda e última aula do dia. quando fui para lá, descobri que a aula tinha começado há uma hora. ainda apanhei os últimos dez minutos. portanto, resumindo, quase seis horas na escola, dez minutos de aula.

sem sombra de dúvidas, este ano é que é!

questões metafísicas em edições de bolso

na estação de entrecampos, enquanto penso na vida piquinina da gorda sentada a meu lado, vejo um prédio que diz mirage e, ao cabo de tanto pensar na gorda, fico confuso e pergunto-me se não será o prédio uma efectiva miragem, se a gorda não será uma miragem e se eu próprio não sou mais que uma miragem. o comboio chega, levanto-me, pesado com tanta metafísica (e dois pratos de feijoada do dia d'ontem), na minha cabeça fica tudo mais claro e só penso em não apanhar os fiscais.

a/c diogo duarte

pedimos desculpa pelo facto de o nosso sismógrafo detectar apenas abalos tão ridículos que só nós próprios os sentimos.

adenda ao post anterior

aquilo até podia ser uma coisa positiva. o que estraga a pintura é não se interessarem por mim as raparigas que me interessam e não me interessar eu pelas que se interessam por mim.

problemas cardíacos

isto de um gajo sair de casa, nem sempre é boa ideia. já me apaixonei três vezes no comboio e duas na faculdade.

um bom começo

desde as onze horas na faculdade, à espera de uma aula às dezasseis. (isto partindo do princípio que esta aula vai mesmo ser dada.)

depois não querem que o entusiasmo de uma pessoa se esfume.

lembrete para mim próprio

quando queremos começar bem o ano lectivo, cheios de saúde e energia, não é boa ideia comer torta com doce de ovos ao pequeno almoço.

uma questão académica

tenho pena que na faculdade seja matar ou praxar. gostava de ter mais alternativas.

estar onde é preciso

ainda acerca dos nossos visitantes, descobrimos que fomos visitados por pessoas de Gondomar e de Felgueiras.

estamos, portanto, na rota do sucesso.

mentalização

neste regresso às aulas reparo que no primeiro semestre entro quatro dias às oito da manhã e no segundo semestre apenas duas. como diriam os madredeus: oxalá o carnaval aconteça depressa, acrescento eu.

regresso às aulas

amanhã começa mais um ano na faculdade. a parte boa é que estou cheio de vontade de começar. a parte má é que sei que isto amanhã passa.

sugestão

todos sabemos como as capas dos jornais desportivos são poesias. deixo aqui uma singela sugestão para uma futura capa, imaginando que o jogador do FCP Fucile marca um golo de fora da área:

Fucilou!

conversa com visitantes

segundo o contador de visitas que temos no blog, recebemos uma visita de Boliqueime. é a essa visita que me passo a dirigir:
senhor presidente, como está?

os clássicos e os vícios de linguagem

Gregório. - Quem se move tipo anda; quem é valente tipo está firme; de modo que tipo se te moves tipo foges.
[...]
Sansão. - É verdade; por isso as mulheres tipo que são vasos fracos tipo se levam sempre à parede; pois arrancarei daí os homens e lançarei para lá as raparigas.
Gregório. - A contenda é entre os nossos amos e entre nós tipo seus criados.

excerto tipo actualizado aos nossos dias tipo de Romeu e Julieta de Shakespeare.

conversas virtuais

em conversa virtual com uma amiga, pergunta-me ela: "consegues ler o que eu escrevo?"

felizmente, desde pequenino que possuo essa capacidade.

prémio nobel

será este ano que eles vão laurear a pevide?

deixa estar, não mexas mais

hoje imaginei um grande romance que começaria assim: "era uma vez um grisalho de cabelo velho..."
mandou-me a prudência deixá-lo apenas assim, seria difícil superar a genialidade da frase inicial.

conselhos úteis

não gosto de ir a livrarias. há sempre um ou dez livros que me apetece trazer.

mas como eu sou uma pessoa sensata e que ouve os conselhos dos mais velhos, faço como diz o josé carlos malato:

na dúvida, compro!

frustrações

torna-se frustrante quando eu digo "nós" e me respondem começando com "eu".

o meu sobrinho

tem cinco anos e perguntou-me há pouco: "queres que eu te corte ao meio com uma navalha?"

pelo sim pelo não, disse-lhe que não estava interessado.

brigada de prestígio

como forma de devolver o prestígio perdido após os dois últimos posts, cito Karl Marx para mostrar erudição:
"The history of all hitherto existing society is the history of class struggles."

Karl Marx

a título de curiosidade

o post anterior foi mentalmente concebido quando eu estava sentado na sanita.

deve ser por isso que está uma merda.

contrapartidas

josé mourinho abandonou o chelsea por mútuo acordo com a direcção. no entanto, abramovich já fez saber a mourinho que este terá de comparecer numa conferência de imprensa onde irá declarar: "eu admito, não sou melhor treinador que um miúdo de dez anos."

sem título

tenho muitas ideias na cabeça e muita preguiça no corpo.

preparação

eu até gosto de fazer a barba. gosto daqueles dez minutos. até faço tudo com muito cuidado e rigor. é uma coisa que me dá um certo prazer.

o problema é demorar uns quinze dias a preparar-me para esse momento.

distâncias

tenho pena que vá uma grande distância entre o tamanho do meu porta-moedas e o tamanho dos meus desejos. melhores dias virão, diz-me o cliché.

deixar andar

na dúvida entre o fazer e o desfazer a barba, vou deixando estar como está.

procura-se:

sentido de responsabilidade desaparecido há anos, muitos anos. é gordo e nada vestia quando desapareceu. dá-se recompensa.

feitios

dizem que sou o cúmulo do mau feitio, nem para mim sou boa pessoa.

por outro lado

a minha reacção à abordagem feminina devia ser semelhante à abordagem de malucos: sorriso estúpido e olhar para o lado, desejando que a pessoa se vá embora e me poupe ao embaraço.

o mundo ao contrário

se houvesse tantas raparigas bonitas a meterem-se comigo na rua como malucos e bêbedos, eu podia ser uma pessoa bastante mais feliz.

dar voz ao povo

aqui também damos voz ao povo:
"eu sabia que ia haver porrada. logo hoje que estou indefeso, logo hoje que nem uma medicina tomei..."

falta de inteligência

comer uma banana quinze minutos depois de ter bebido um copo de coca-cola não é inteligente.

preguiçoso não anónimo

a preguiça é como a heroína. ter um trabalho para acabar e não o fazer era, ao princípio, um prazer desmedido. agora é doloroso. estou naquela fase em que eu próprio tento combater a preguiça e não consigo, por isso afirmo: preciso de ajuda.

fica para outro dia

ela não quis que eu esperasse cinco horas para bebermos um café. vou ali ver se compreendo, já volto.

dúvida

as bolhas de água dão jeito no deserto?

gostos

gosto de andar.

não gosto de andar depressa.

começos

começar o novo ano em que tenho de ser responsável e organizado, para conseguir fazer tudo o que quero fazer, com meia hora de atraso, bilhete para o autocarro em casa e sem tomar o pequeno almoço, é capaz de não ser a melhor forma de o começar. digo eu.

do amor e outros demónios

quando era miúdo tinha jeito para amores não correspondidos.

agora já não.

adenda ao post anterior

eu não vivo numa barraca. isto é um prédio normal.

a vizinhança é que não presta.

eu não tenho medo nenhum

nem de baratas, nem de osgas, nem de bicho nenhum. só os deixo para o meu pai matar, porque vejo que aquilo lhe dá gozo.

este ano é que é

vou ser um aluno aplicado. não vou faltar às aulas. não vou deixar os trabalhos para o último dia. não vou estudar só nas vésperas. vou ler os livros que tenho de ler. vou ter as notas que quero ter.

e depois nunca é.

pedido de ajuda a freud #2

como interpretar um sonho em que traio a minha namorada com ela mesma?

televisão

como é que sabemos que já é tempo de desligar a televisão no horário dos noticiários?
quando a nossa irmã de apenas oito anos, em tom de brincadeira, nos diz:
"cala-te pá! senão assassino-te e meto-te numa cave."

pedido de ajuda a freud

quando me deito a pensar em d. acabo a sonhar com m. quando me deito a pensar em m. acabo a sonhar com d. isto terá uma explicação ou estou apenas todo fodido?

anúncio

prestigiado canal televisivo procura comentador para jogos do Sport Lisboa e Benfica.
requisitos:
domínio perfeito da hipérbole.

beleza interior

com o objectivo de agradar ao velho cliché “procuro alguém com beleza interior” comprei uns boxeurs do mais bonito que há.

devia ser como no cinema

eu dizia ao meu irmão: este quarto é pequeno demais para nós os dois. e a coisa resolvia-se.

o génio

ontem à noite, já na cama, tive montes de ideias para escrever aqui. agora não me vem nem uma à cabeça. varreu-se-me tudo. só me lembro que eram todas geniais. sim, disso lembro-me bem.

fazes muito mais que o sol

só que, como o sol, não o fazes de livre vontade. fazes sem saber que o fazes. e eu contento-me em que sejas mais do que o sol sem saberes que o és.

mentira.

não me contento e isto é tudo uma merda.

o fim do princípio

deus é um astronauta. toda a gente sabe isso.